Primeira Sociedade Brasileira

Diogo Álvares, o Caramuru, chegado ao Brasil em 1509 foi levado à Europa, com a índia do Brasil Catarina Paraguaçu, filha de um cacique Tupinambá, que recebeu seu batismo em Saint Malo, na Bretanha, no dia 30 de julho de 1528, tomando o nome cristão de “Katherine du Brésil”, tendo como madrinha Katherine des Granches, esposa do Cap. Jaques Cartier, o descobridor do Canadá e se tornou esposa de Caramuru. Primeira Família Brasileira, documentada.

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Diogo Álvares, o Caramuru, português de nobre linhagem da Vila de Viana do Minho, que viveu em Viana da Foz do Lima hoje Viana do Castelo, de onde partiu para o novo mundo naufragando em 1509, na costa da Bahia em Salvador, atual bairro do Rio Vermelho, quando muito dos seus companheiros foram mortos pelos Tupinambás.

Certamente sendo mareante, comerciando na Foz do Lima em Viana Diogo conhecia a estratégia utilizada por outros navegadores para defender-se dos nativos bravios, com tiros de arcabuz, o que lhe valeu um convívio pacífico e de respeito sem o que poderia não ter sobrevivido.

Ele passou a conviver com os índios e o conhecimento adquirido contribuiu para facilitar o contato entre estes e os primeiros missionários e a administração portuguesa. Fundou o primeiro núcleo europeu, onde hoje é o auto da Graça, na Cidade do Salvador da Bahia de Todos os Santos. Sua povoação denominou-se Vila Velha.

Em 1548 tendo D. João III a intenção de instituir o Governador-Geral, recomendou-lhe que criasse condições para que a expedição fosse bem recebida, fato revelador da importância que havia alcançado.

Fixação comprovada

Diogo e Catarina Álvares Caramuru retornaram à Bahia, onde construíram a Ermida da Graça, por volta de 1530 – primeiro Santuário Mariano do Brasil, em Vila Velha, povoação fundada por Caramuru – primeira fixação comprovada, contínua, do colonizador europeu, hoje bairro da Graça, Cidade do Salvador.

Com Catarina, sua esposa, teve quatro filhas que se casaram com europeus de posição, considerados a primeira família brasileira documentada a saber:

Ana Álvares, primeira filha, casou com Custódio Rodrigues Correa, pessoa nobre de Santarém Portugal, tendo vários filhos.

Genebra Álvares, segunda filha, casou com Vicente Dias de Beja, natural da província do Alentejo, moço fidalgo da casa do infante D. Luiz. Tendo vários filhos.

Apolônia Álvares, terceira filha, casou com o Cap. João de Figueiredo Mascarenhas, natural da Cidade de Faro, no reino de Algarve, chegado com o primeiro governador-geral Tomé de Souza.

Grácia Álvares, quarta e última filha de Catarina Paraguaçu e Caramuru, casou-se em 1581 com Antão Gil, natural de Évora, Oficial da Câmara da Bahia, umas das testemunhas da doação da Ermida da Graça, por Paraguaçu, aos beneditinos no ano de 1582.

 

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Registro do Batismo “Catarina do Brasil” 30 de Julho de 1528

O Registro de Batismo de Catarina do Brasil (Catarina Paraguaçu), esposa de Diogo Álvares Correia (Caramuru), datada de 30 de Julho de 1528, consta do livro de Registro Paroquial de Saint Malo (1526-1533), pertencente ao Arquivo Municipal de Saint Malo, França, no seguinte termo: “No penúltimo dia do dito mês (julho de 1528) foi batizada “Katherine du Brésil”, e foi padrinho o nobre senhor Guyon Jamyn, reitor de Saint-Jagu, e madrinha Katherine des Granches e Française Le Gobien, filha do procurador de Saint Malo, e foi batizada por monsenhor Lancelot Ruffier, vigário curado do dito lugar, no dia e ano acima”.


 

Bibliografia:

Christovão de Avila, BRASÕES DE ARMAS Catarina Paraguaçu Mãe das Mães brasileiras Raízes e vínculos além-mar Armorial Histórico da casa da Torre de Garcia D’Ávila.

(editora Hexis) RJ 2014.

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