Boletim Lepanto – Número 7

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Sétimo número do Boletim Post-modernidade, da Frente Universitária Lepanto.

Setembro/2001

Provada a autenticidade do Santo Sudário

Mesmo provada a autenticidade do Santo Sudário, tecido que envolveu Jesus Cristo, alguns cientistas teimam em desmenti-la. O resultado do teste carbono 14 estava errado.

No mês de março último, a BBC de Londres divulgou uma pretensa figura de Cristo feita em computador utilizando, segundo seus autores, o crânio de um judeu que teria vivido na Terra Santa há dois mil anos. Era um rosto feio e rude. A publicação contrariou a opinião popular acostumada com a figura majestosa de Cristo. Alguns chegaram a dizer que mais se parecia com Judas Iscariotes, o traidor.

Por que esse interesse em querer deformar a imagem do Filho de Deus? Nosso Senhor deixou algum vestígio de Sua divina fisionomia para a posteridade? Qual a imagem que está mais próxima da realidade? Qual a posição da Igreja sobre esse debate?

A Igreja nunca estabeleceu um padrão para a figura de Cristo. A tradição e a piedade cristã foram imaginando e retratando a figura divina de Nosso Senhor Jesus Cristo. Uma figura que contivesse a grandeza, a bondade, a misericórdia, a sabedoria, a justiça, a prudência, a temperança, a fortaleza e todos as virtudes reunidas. A imaginação e a habilidade dos artistas acabaram conseguindo um certo padrão para a figura de Cristo.

No final do século XIX, o advogado italiano Secondo Pia, com sua imensa máquina fotográfica que mais parecia uma geladeira, quis registrar o casamento da princesa filha do duque de Saboya, em Turim. Aproveitou a ocasião para tirar uma fotografia da relíquia da família, um imenso lençol de 4,36 m de comprimento, 1,10 m de largura, que se venerava como sendo a mortalha que envolvera o corpo de Cristo no sepulcro.

O milagre reservado ao século XX

Aqui começa o “milagre” da fotografia: no negativo apareceu o retrato de Cristo. O corpo inteiro frontal e de costas, com as marcas da flagelação e da crucificação. A figura de Cristo está invertida no pano. Ela está em negativo, de maneira que no negativo apareceu o positivo. O que era branco apareceu escuro.

A partir dessa fotografia, as discussões se multiplicaram. Atraiu o estudo de cientistas céticos e religiosos. Estudaram o tipo de impressão, o tecido, as marcas de sangue e até o pólen das flores do Oriente que estavam depositados entre as fibras do tecido.

O mais curioso é que a figura que aparece no negativo da foto do Sudário corresponde à figura de Cristo elaborada pelos artistas durante os 1800 anos de Cristianismo. No século de adoração da ciência, Nosso Senhor se faz conhecer através das novas tecnologias.

A campanha contra o Sudário

Há uma continua campanha para negar a autenticidade do tecido, cuja origem remonta ao tempo de Nosso Senhor, e que outros dizem tratar-se de uma falsificação produzida na Idade Média.

Os testes realizados em 1988 com carbono 14 são atualmente contestados pela comunidade científica internacional, que atribui a essa experiência uma segurança de apenas 5% em seus resultados.

Cabe realçar que, por diversas vezes, o Santo Sudário escapou da destruição, correndo o risco de desaparecer. Segundo o biógrafo de João Paulo 2º, Vittorio Messori, o incêndio ocorrido em 1998 pode fazer parte de “um complô internacional” visando destruir o Sagrado Tecido.

Nesse curto artigo mostraremos as principais descobertas científicas da autenticidade do Santo Sudário.

Médico demonstra: é Cristo crucificado.

O primeiro estudo sobre o Sudário que se tornou público foi a análise médico-científica feita pelo dr Pierre Barbet, em 1932. As conclusões, descritas no livro A paixão de Cristo segundo o cirurgião, foram impressionantes:

– na face havia sinais de contusões, o nariz estava fraturado na cartilagem descolado do osso;

– no corpo foram contados 120 sinais de golpes de açoite, produzidos por dois flageladores, um de cada lado da vítima.

– o flagelo utilizado foi o que se usava no Império Romano, composto de duas ou três correias de couro, terminando em pequenos ossos de pontas agudas, ou em pequenas travas de chumbo com duas bolas nas extremidades.

– duas chagas marcavam o ombro direito e o omoplata esquerdo;

– o peito muito saliente denotava a terrível asfixia suportada durante a agonia;

– os pulsos apareciam perfurados, tendo o prego perfurante secionado em parte o nervo mediano, fazendo contrair o polegar para dentro da palma da mão;

– pela a curvatura das pernas e as perfurações nos pés, tem-se a nítida impressão de que o esquerdo foi sobreposto ao direito e presos ao madeiro por um único prego;

– os dois joelhos estavam chagados;

– havia um sinal de sangramento, produzido por uma grande ferida, no lado direito do tórax;

– por fim, havia 50 perfurações na fronte, cabeça e nuca, compatíveis com uma coroação de espinhos…

Não havia mais dúvidas!

Era uma constatação científica, totalmente coerente com a descrição evangélica da Paixão de Nosso Jesus Cristo. Tratava-se realmente do Santo Sudário que envolvera o corpo do Redentor, quando este foi descido da cruz para ser sepultado.

Como São Tomé, a ciência “toca a mão na chaga” para crer

Os céticos, ateus e materialistas não podiam concordar. Não teriam sido aqueles sinais sobre o pano pintado por algum hábil falsificador para que os homens acreditassem tratar-se de Jesus Cristo?

Nos Estados Unidos se formou um grupo de investigação científica que, em 1978, foi até Turim com 40 toneladas de aparelhagem. Os cientistas realizaram uma série de exames num total de 140.000 horas. Dentre os vários testes aplicados, cumpre destacar fotos e microscopia eletrônica, raio-X, espectroscopia, fluorescência ultravioleta, termografia e análises químicas.

Os resultados dos exames laboratoriais demonstraram que o desenho que aparecia no pano não poderia ter sido feito por mãos humanas.

Até agora não foi explicada a formação da imagem no Sudário. Não se trata de pintura nem da compressão do tecido sobre o corpo de um cadáver. A hipótese mais provável levantada por alguns cientistas sugere que ela foi produzida, numa fração de segundos, semelhante a um clarão de uma explosão nuclear como a ocorrida com o clarão da bomba de Hiroshima que imprimiu a imagem de uma válvula na parede de um tanque de gás.

As manchas de sangue que marcam o tecido estão gravadas em positivo ao contrário do restante da imagem que está em negativo. Trata-se realmente de sangue humano, de tipo sanguíneo AB (exatamente o mesmo encontrado no famoso milagre de Lanciano, na Itália.)

O criminologista e botânico suíço, Max Frei, identificou células de pólen de 49 plantas diferentes presentes no tecido. Elas são originárias da Palestina, da Turquia e da Europa, exatamente, as regiões percorridas pelo Santo Sudário.

Foram verificados dois objetos circulares colocados sobre os olhos. Trata-se de duas moedas: a primeira, o dilepto lituus, produzido na Palestina no governo de Pôncio Pilatos entre os anos 29 e 32 d.C. A segunda moeda identificada foi cunhada por Pilatos em homenagem a Júlia, mãe do imperador romano Tibério, em 29 d.C. Colocar moedas sobre os olhos do morto, para manter as pálpebras fechadas, fazia parte dos ritos funerário judaicos da época de Jesus. Elas também confirmam as datas dos Evangelhos: “Era o ano décimo quinto do reinado do Imperador Tibério César, Pôncio Pilatos era governador da Judéia” (Lc. 3, 1)

Milagrosa impressão tridimensional do tecido

Dois oficiais da Força Aérea norte-americana, John Jackson e Eric Jumper, analisando o Sudário perceberam que a figura foi impressa de maneira tridimensional, de tal forma que é possível conhecer a distância entre o tecido e as diversas partes do corpo. Para a reconstituição da tridimensionalidade, utiliza-se um aparelho chamado VP-8. Jackson e Jumper tomaram uma simples fotografia do Sudário e a introduziram no aparelho. Qual não foi o seu espanto ao constatar que se constituiu uma imagem tridimensional e que esta parecia emergir gradativamente do pano como na ressurreição. Eles exclamaram: Cristo ressuscitou.

O controvertido teste do carbono 14

Em outubro de 1988, a equipe de Oxford, em conferência no British Museum, declarou que a análise do carbono 14 indicava que o tecido era de origem medieval, tendo sido produzido entre os anos 1260 e 1390.

O espanto foi geral, pois a ciência parecia entrar em contradição com tudo o que ficara demonstrado anteriormente. O Sudário já havia passado por milhares de testes. De todos os experimentos, somente o do carbono 14 contestou a autenticidade da peça.

Todavia, a idéia de falsificação está agora descartada. O cientista russo Dimitri Kouznetsov provou que os dados do carbono 14 estavam errados, em conseqüência do incêndio a que o Santo Sudário esteve exposto em 1532. Na mesma linha, Harry Gove, o principal responsável pela datação do Sudário como tecido medieval, admitiu que a contaminação que o pano sofreu ao longo dos séculos podia ter falseado os resultados

Dr. Leôncio Garça-Valdez, professor de microbiologia, da Universidade do Texas, demonstrou que existem determinados tipos de bactérias que produzem um revestimento bioplástico sobre artefatos antigos que distorce o processo de datação pelo carbono[iv].

O próprio Michael Tite, coordenador dos testes científicos e diretor do Museu Britânico, reconheceu em carta dirigida professor Lugi Gonella, consultor técnico do Arcebispado de Turim, que o carbono 14 não oferece prova alguma a favor de sua tese e confessa que “houve intenção deliberada de enganar o público”.

Um apelo para a conversão

A bondade e a misericórdia de Deus guardou essa relíquia para ser revelada aos homens, através da ciência, quase 2000 anos depois de Sua Paixão. Não é ele um apelo de Nosso Senhor para esse mundo decadente, que só busca os prazeres da vida e esquece o seu Amor Misericordioso manifestado na sua Paixão e Morte na cruz?

Do alto da Cruz, do divino Semblante do Sudário, Ele repete para todos nós as lamentações do profeta Jeremias: “Ó Vós todos que passais pelo caminho, atendei e vede se há dor semelhante a minha dor!” (Jer, I  Lam.,12).

Nelson Barretto

[i] Jornal da Tarde, 28/3/2001

[ii] Revista Catolicismo, Nº 570, Junho de 1998.

[iii] Ed. Loyola, São Paulo, 1976.

[iv] Garza-Valdes, Leôncio, O DNA de Deus? Ed. Mandarim, São Paulo, 2000.

Davos x Porto Alegre 

Dois fóruns em locais diferentes, ditos opostos, mas com o mesmo objetivo

Globalização ou Mundialização, como quereriam nossos amigos franceses, são expressões que todos temos hoje no ouvido. Muitos criticam sua utilização, tão banalizadas se tornaram.

Infelizmente, a grande maioria das pessoas percebe apenas o aspecto econômico e financeiro desse processo: a inexorável uniformização planetária da economia, com a formação de imensos blocos supra-nacionais.

Analisado unicamente sob este prisma, a globalização pode até parecer uma grande jogada do “neoliberalismo”. É o que costumam afirmar, sem fundamento, envelhecidos socialistas, pois consideram  estar na “lógica” do capitalismo tornar “os países ricos cada vez mais ricos e os países pobres cada vez mais pobres”.

No entanto, analisando a realidade com mais profundidade, nota-se que a economia é aspecto secundário da globalização. Na verdade, vai ela provocando a uniformização da política, do direito, da religião, das modas, dos gostos, dos costumes, do modo de pensar (ou de não pensar), da cultura em geral. Até das línguas!

O processo de globalização tem-nos encaminhado para a realização do sonho mais radical das esquerdas igualitárias: a construção da República Universal, ou seja, “um mundo no qual as nações, fundidas em um só [todo], seriam apenas termos geográficos, num mundo sem desigualdades sociais ou econômicas, dirigido pela ciência e pela técnica, pela propaganda e pela psicologia, para realizar, sem o sobrenatural, a felicidade definitiva do homem” (Plinio Corrêa de Oliveira,Revolução e Contra-Revolução, São Paulo, Artpress, 1998, p. 85).

Isso ficou muito claro quando, no início do ano, entre os dias 25 e 30 de janeiro, foram realizados, simultaneamente, dois fóruns internacionais: o Fórum Econômico Mundial, em Davos, nos Alpes suíços, e o Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, capital gaúcha.

Para espíritos superficiais, que costumam acreditar piamente em tudo quanto é apresentado por certa mídia, tais fóruns representariam dois pólos internacionais antagônicos.

De um lado, ter-se-ia congregado em Porto Alegre o “creme” da esquerda mais radical, oposta à globalização; e, de outro, em Davos, teria havido uma condensação da “quintessência” do capitalismo neoliberal que visa continuar levando adiante o processo da globalização.

Entretanto, não foi isso que se observou nas conferências realizadas em ambos os fóruns onde os dois pólos apareceram, na prática, como duas pernas que caminham para o advento da República Universal. Um dos pólos, o de Porto Alegre – que atraiu os esquerdistas de todo o gênero, simulando clamar contra a globalização – atuou no mesmo sentido do realizado em Davos.

Com efeito, o pólo de Davos atraiu os que, via de regra, antipatizam com a esquerda, erigiu a globalização como um novo Moloch, ao qual devem ser sacrificados tanto as soberanias dos Estados, quanto as tradições e os regionalismos mais respeitáveis, apanágios da Civilização Cristã.

Há exemplos de semelhanças entre as duas conferências ditas opostas: mesmos argumentos, mesmas explicações, mesmo objetivo.

Em Porto Alegre

O Fórum Social Mundial realizado em Porto Alegre não conseguiu esconder, desde os primeiros instantes, suas garras revolucionárias e sua verdadeira face pró-comunista. Nele tiveram marcante atuação delegações do Movimento dos Sem-Terra (MST), de Cuba comunista, das narco-guerrilhas colombianas, do PC do B, do PT, da CUT e dos teólogos da libertação.

O francês Bernard Cassen, um dos idealizadores do evento, proclamou aos 15.000 participantes o que foi o lema do encontro: “Estamos aqui para mostrar que um outro mundo é possível”.

Instantes depois da proclamação, quando prolongadas palmas saudaram a delegação comunista cubana e palavras de ordem foram se sucedendo – acompanhadas por uma platéia eufórica, em favor dos guerrilheiros zapatistas do México e da narco-guerrilha FARC da Colômbia –, tornou-se evidente qual era esse “outro mundo” desejado por boa parte dos assistentes: de tonalidade carregadamente vermelha.

Mesma Causa

Os novos Mestres do Mundo confessam que, “encorajados” pelos “anti-globalização”, trabalham para a mesma causa. Mark Malloch e John Ruggie, ambos representando a ONU em Davos, disseram que “a organização trabalha por algumas das mesmas causas da outra mesa…” (Agência Estado, 28/1/01).

O Ministro Francês do Comércio Exterior, François Huwart, declarou em Porto Alegre querer defender a visão socialista “de uma globalização equânime e solidária”. (OESP, 25/1/01).

É por isso que as propostas, tanto de Davos quanto de Porto Alegre, acenam para um estado de coisas anárquico-socialista, radicalmente oposto aos princípios e valores que formam a Civilização Cristã.

Bernardo Martins

Notícias Lepanto

A destruição da inocência

Aspectos maravilhosos da existência – indispensáveis sobretudo aos horizontes infantis como meio de elevar o espírito, abrir o descortino e estimular sadiamente a imaginação – estão sendo espantosamente atacados pelo filme Shrek, com apoio da mídia.

Shrek é o nome do herói. Trata-se de um desenho animado, produzido mediante computador, que exibe como herói um monstro verde, malfazejo e mal cheiroso, vivendo numa espécie de pântano situado numa fossa de imundícies.

Os encenadores desse desenho animado reconhecem que seu objetivo é “fazer explodir os mitos como o da beleza, além de maltratar os heróis dos contos de fada”.

Hoje, a criança e o adolescente convivem cada vez mais com um mundo de horror diametralmente oposto à reta formação tão necessária para que a sociedade caminhe nas sendas da virtude e do bem.

Aparições em Ruanda

Foi numa das nações mais afligidas pela fome e pelos conflitos étnicos, na cidade de Kibeho, Ruanda, que Nossa Senhora apareceu às jovens Alphonsine Mumureke, Nathalie Mukamazimpa, Marie Claire Mukangango.

A primeira aparição foi no dia 28 de novembro de 1981 e continuaram nos seis meses seguintes. Nas visões, Nossa Senhora insiste na prática da oração, da penitência e da emenda de vida. Numa das aparições a Mãe de Deus estava triste, contrariada, verdadeiramente “em cólera”.

Os videntes contaram ter ouvido dos lábios da belíssima Senhora envolta num traje esplendoroso vários alertas aos homens de hoje, como: “Os pecados são mais numerosos que as gotas do mar”. “O mundo corre em direção à ruína”. “O mundo está cada vez pior”.

Ouvirão os homens mais este apelo de Nossa Senhora?

Ditadura em família

HAVANA – A esquerda pode ficar tranqüila: já existe um ditador se aquecendo pata entrar em campo. Menos de uma semana depois de desmaiar durante uma arenga que já durava mais de duas horas, Castro tornou pública a escolha de seu irmão Raúl para sucedê-lo… Tido como comunista intransigente e dogmático mas sem os “fluidos” do irmão, poderia ele representar o fim do regime comunista em Cuba.

 

Feliz simplicidade

Há mais alegria numa sociedade austera e cristã do que nas ilusões do demônio, da carne e do mundo.

Cena colhida na Itália depois de uma tempestade. A natureza recobrou seus aspectos risonhos, e, acompanhada deseus filhos, quiçá de seus netos, uma camponesa já velha galga uma ladeira. No caminho de terra, de um e de outro lado, não há cinemas, nem bares, nem vitrines, nem anúncios vistosos. Neste grupo ninguém sonha em ter “cadillac” ou sequer “lambretta”.

Entretanto, como são saudáveis, como suas almas transbordam dessas alegrias simples e fundamentais da vida do campo, que a tradição milenar da austeridade cristã lhes faz tanto bem sentir. Estão alegres porque têm saúde, porque o ar é puro, porque estão radicados num ambiente de família cheio de amor sem sentimentalismo, mas rico em senso de sacrifício e mútua dedicação.

Estamos longe de menosprezar os bens que a civilização e a cultura proporcionam. Mas vivemos uma época em que, por um desvio do neopaganismo, a civilização e a cultura despertam no homem ambições insaciáveis, e os prazeres artificiais destroem o sentido cristão da austeridade e do sacrifício. As paixões desencadeadas eliminam um certo frescor de alma, pelo qual se podem degustar as satisfações temperantes de uma vida cotidiana consagrada à oração, ao dever e à família. E para as vítimas desse processo, a existência se transforma numa corrida trágica à procura do ouro, ou numa farândola frenética dos prazeres da carne.

A vida não nos foi dada para sermos felizes, mas para rendermos glória a Deus. Porém, importa notar que até do ponto de vista da felicidade terrena o neopaganismo é péssimo negócio, pois há mais alegria numa sociedade austera e cristã, do que nas pompas falaciosas de uma supercivilização – ou talvez melhor uma pseudocivilização – que pôs toda a sua felicidade nos deleites da sensualidade ou nas ilusões do dinheiro.

Um flagrante colhido na Rua Mouffetard, em Paris. Empunhando duas garrafas um menino caminha rumo à casa.Leva o abastecimento de dois dias regalados: sábado e domingo.

Trata-se evidentemente de um menino de meio muito simples, vestido com extrema modéstia se bem que sem penúria. Em meios como o seu, se conserva uma casta e austera alegria de viver, uma vida cotidiana simples, trabalhosa, mas inspirada direta ou indiretamente pelo influxo sobrenatural e benfazejo da fé.

Numa tal situação acumulam-se reservas de paz de alma que vibram com qualquer pequeno regalo suplementar e com ele se contentam. Na mesa de uma família assim, basta um pouco de largueza maior no comer e no beber, para ocasionar uma grande alegria.

Mais uma vez, com isso se vê que não são as sobras do ouro e muito menos os excessos da luxúria que dão ao homem a medida de felicidade possível nesta terra. Pelo contrário, é na mortificação, na sobriedade, na integração séria e afetiva em uma vida cotidiana normal e por vezes penosa, que o homem adquire aquele virtuoso equilíbrio que lhe dá o gosto de viver.

Mas, depois que a humanidade abandonou  Jesus Cristo e a sua Igreja Santa, todos estes valores morais que vivem na seiva da graça começaram a declinar.

Quando o demônio promete algo ao homem, é precisamente isto que ele lhe roubará. E ao homem do ocidente, desde os albores de sua apostasia no século XIV, o que o demônio vem prometendo é uma civilização que multiplique pela técnica as riquezas e os deleites da volúpia, produzindo uma maior alegria de viver! A tal ponto a mentira foi total, que a Igreja, pelos lábios de Pio XII, numa mensagem de Natal, teve de proteger contra o desespero milhões de almas que, presas nas garras desta civilização, chegaram a sustentar que vida é um mal, o universo um erro, e Deus um mito.

(Revista Catolicismo)

 

 

MST mostra sua face

A Reforma Agrária não é uma questão econômica ou social, mas política e ideológica

O deputado Francisco Graziano, um agro-reformista agredido pela realidade, ex-presidente do INCRA, professor e doutor em economia agrícola, fala com autoridade de quem conhece a fundo a Reforma Agrária tanto no campo econômico e social quanto no campo ideológico. Ademais, Graziano é inteiramente insuspeito para falar do assunto. Ele confessa: “Eu sou um cara da esquerda, que continua de esquerda”.

Suas denúncias sobre o fracasso da Reforma Agrária versam sobre uma realidade que se tornou tão evidente que dispensa demonstração.

A Reforma Agrária no Brasil constitui um fracasso reconhecido, mas misteriosa e teimosamente sustentado. É claro que a Reforma Agrária vem sendo um fracasso em matéria de produção. Portanto, também em matéria social, pois quemelhora social pode ter quem está condenado a viver num assentamento de miséria?

O fracasso econômico e social dos assentamentos aí está fartamente documentado. Mas a Reforma Agrária prossegue. Como explicar isso, a não ser pelo fato de que a Reforma Agrária não é feita em função da produção nem do bem-estar social do agricultor, mas sim com objetivos outros, de índole ideológico-igualitária?

A Reforma Agrária prosseguiu e deu no que tinha de dar. Um tumor pode ser ocultado aos olhos de outrem durante algum tempo, mas, à medida que cresce, tende a explodir. A Reforma Agrária explodiu. As denúncias de Graziano estão publicadas no Informativo Rural, nº 65 e no “OESP” (22-5-2000).

Desvios de verbas, venda de terras pagas pelos contribuintes e desperdício de investimentos ultrapassam R$ 12 bilhões a fundo perdido. O MST cada vez mais rico e os pequenos agricultores cada vez mais pobres. O governo tem se torcido e contorcido para provar que faz o maior programa de Reforma Agrária do mundo e não vai conseguir fazer a Reforma Agrária funcionar, a Reforma Agrária acabou.

O governo já distribuiu 12 milhões de hectares de terras. Qual foi a produção que trouxe todo esse investimento? O programa tem mais terras do que a área agrícola de São Paulo, Paraná e Minas Gerais somados, mas não apresentou produção.

O MST é apenas um movimento político que quer tomar pela força os meios de produção e o poder. Não se pode continuar dando um sítio, um trator e um monte de dinheiro para o contemplado fazer o que quiser; é melhor criar empregos e garantir a compra da produção.

Os números que refletem os resultados da Reforma Agrária são trágicos. Estatísticas mostram que 25% dos assentados abandonam seu lote no primeiro ano e 35% caem fora no segundo ano. Não dá para corrigir os desvios porque, hoje, há mais de 2,3 mil assentamentos e o INCRA perdeu o controle do barco.

Jungmann fez um esquema com ONGs e cooperativas do MST. Contratou técnicos ligados ao MST. Resultado: o MST está rico, muito rico, com dinheiro de sobra para fazer manifestações no Brasil inteiro, graças ao desvio de recursos proporcionados pelo próprio INCRA. O Jungmann sabia disso.

É enorme a quantidade de bandidos e marginais que se disfarçam de sem-terra para invadir fazendas. Não adianta tirar os excluídos da periferia das cidades para excluí-los na zona rural, criando favelas no campo”. Diante dessas denúncias, só cabe repetir:

Delenda Reforma Agrária! É preciso acabar com essa Reforma Agrária e implantar uma política agrícola autêntica.

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